quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sua Bênção, Gullar!


Desde o princípio, nosso princípio, Ferreira Gullar sempre abençoou nossos caminhos. Foi ele quem nos nomeou: do grupo que antes se chamava “A poesia quando chega...” – primeiro verso do poema “Subversiva” – nasceu o que hoje se denomina Companhia Subversiva de Dizedores de Versos.

Então, fazendo jus à nossa origem, embarcamos em sua “Cantada”. Só que fomos parar diante do botão da cigarra do “Voltas para Casa”, e, na dor de um quase-fim, nos perdemos (e nos encontramos) nas armadilhas que podem ser refúgios (e/ou vice-versa). Assim, fizemos o caminho de um belo “Aprendizado”. Não sabemos se ‘estava escrito’, mas parece um destino a nos convocar o universo desse poeta.

E, estuda-lo não é fácil. Talvez estudar Ferreira Gullar passe por aí: guerra, revolução, subversão da ordem, mergulho na solidão de cada humano, e o medo de perder tudo (vi um depoimento dele no You Tube que falava de uma situação bem assim...). Nada é garantido. Há sempre o risco de morte. E a esperança, com seu facho de fogo, será guia sinGullar nesse caminho.

Nunca saberemos se estamos mesmo prontos para ele. Mas é chegada a hora de lhe dar o crédito por nos nominar, e de pedir a bênção. Que sua poesia seja sempre ponto de partida e porto nesse mar onde as palavras não são definitivas.

Enfrentamos as armadilhas.

Agora é, com poesia, incendiar!